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Um momento caótico
Um momento caótico

 

Um momento caótico

Postei em 13 de fevereiro de 2020... e lembrem-se de como ficou crítica a situação...

 

Gente, se por desgraça aparecer por aqui o "coronavírus", aquele que está atacando os chineses, com certeza, em Porto Alegre, vai morrer muita gente. Depois do que vi hoje, no Hospital Dom Vicente Scherer, estamos perdidos...

 

Vou contar e que sirva de alerta para uns e outros:

 

Fui ao hospital para fazer exames de imagem, mamografia e eco. Estou lá sentadinha numa poltrona (agora tem poltronas confortáveis) observando o povo que ali estava (hábito adquirido para fazer passar o tempo). Logo na minha frente, um casal com um filho, acredito que o garotinho estava com uns quatro anos, não mais que isso; e fiquei pensando o que fazia uma criança ali, quando o público alvo são adultos, principalmente, mulheres. O garoto impaciente, não parava um instante sequer, deitava no chão, rolava no chão, ia no bebedouro pegar água, e deixou torneira aberta e escorreu água por todo lado e logo viraria uma meleca no chão...

 

Subia nas poltronas que estavam vagas, ficando em pé e também deitando de pernas pra cima; aí descia e corria para um lado e outro, e os pais, nem bola. Só o chamavam e nada mais.

 

Euzinha de cara amarrada... o pai olha para meu lado e decide ir comprar um lanche para o garoto... Eita, sossego bom!

 

Passou o tempo e eis que voltam, pai e filho com uma sacolinha, o garotinho tomando um suco e logo o pai entrega um lanche para a mãe e chama o garotinho para comer pastel...

 

Passei mal só de ver. Lavar as mãos? Claro que não, nenhum deles. O pai pegava pedaços do pastel e colocava na boca da criança; a mãe, tirava pedaços do seu pastel e do recheio também, e levava até a boca... e eis que de repente, abre-se a porta e uma atendente chama a dita senhora para o exame (não sei qual exame), ela então entregou o que restava do lanche ao marido e seguiu atrás da moça, de mãos gordurosas...

 

Então, a criança que ali estava, não precisava estar, aliás, nem deveria estar. Criança só vai ao hospital quando está doente e olhe lá. Aliás, no Complexo da Santa Casa, tem uma unidade hospitalar só para crianças, Hospital Santo Antônio, excelência no atendimento.

 

O que tenho visto, desde que iniciei o tratamento na mastologia/oncologia, há um ano, é de arrepiar. Bebedouros são fonte de contaminação: cidadão vai lá coloca garrafinha para encher, tira, bebe e coloca de novo, e assim sucessivamente, vem outro e outro e outro... São disponibilizados copos de papel e alguns, que não encontram a lixeira (que fica abaixo), acomodam o copo usado em cima do bebedouro... então vem uma pessoa com sede, vai e pega o copo usado, bebe água e o coloca no mesmo lugar.

 

Gente que usa o banheiro e não sabe que se deve dar a descarga para limpar, ao mesmo tempo, não lava as mãos...

 

É um tal de gente comendo salgadinhos e lambendo os dedos, me dá náuseas e não quero mais observar as pessoas, já vi tudo que podia ver... por isso, eu digo que não adianta gastar dinheiro com prevenção. Deve-se gastar o din din com educação. Educar os adultos, educar pai e mãe, para que estes possam educar seus filhos. Saúde pública é um problema sério.

 

Agora, só volto ao hospital no final de março, preciso me recuperar da insanidade de hoje."

 

Nota:  Durante a pandemia, decidi me afastar do hospital.  Costumava ir lá buscar o medicamento que deveria usar por cinco anos, então preferi comprar numa farmácia e evitar a aglomeração na sala de espera da recepção. Decisão acertada pois o Coronavírus não me encontrou.