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Cultura do Estupro
Cultura do Estupro


CULTURA DO ESTUPRO

 

Cultura do Estupro é um termo criado por mulheres americanas na década de 1970, na segunda fase do feminismo. De acordo com o Centro das Mulheres da Universidade Marshall, nos Estados Unidos, o termo foi criado para descrever um ambiente no qual o estupro é predominante e no qual a violência sexual contra as mulheres é normalizada na mídia e na cultura popular.

 

A Cultura do Estupro está presente no dia-a-dia de cada indivíduo a partir de termos que discriminam as mulheres e objetificam suas figuras afim de romantizar a violência sexual. A Cultura do Estupro também privilegia o agressor, uma vez que suas ações são infantilizadas.

 

Podemos citar o caso do assédio de brasileiros contra uma mulher russa onde além de assédio, também cometeram racismo). Esses homens foram infantilizados e suas atitudes foram rebaixadas a uma mera piada. Esses homens tentaram justificar suas atitudes colocando a culpa na bebida, colocando a culpa na mulher que estava no lugar errado na hora errada, colocando a culpa na viralização do vídeo, mas nunca na atitude em si.

 

A discussão sobre a Cultura do Estupro é pautada periodicamente com os casos mais alarmantes, isso se dá devido a Agenda Setting. Esta teoria resumidamente) fala sobre como a mídia pauta o que os espectadores irão discutir durante um determinado tempo e isso ocorre por fatores como seleção, disposição e incidência das notícias.


A Agenda Setting fica responsável por valorizar ou menosprezar assuntos e aqui é importante entender que cada veículo de comunicação tem sua linha editorial e é um veículo político acima de tudo.

 

Entendendo o que é o agendamento, podemos entender porque notícias de assédio e abuso quase não são pautados nas grandes mídias mesmo que os dados sejam alarmantes. Em 2016, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), eram estimados cerca de 500 mil casos de estupros por ano somente no Brasil, mas desses casos, apenas 50 mil eram denunciados; 70% dessas vítimas eram crianças ou adolescentes; 32% dos agressores eram amigos ou conhecidos das vítimas e 24% dos agressores eram pais ou padrastos das vítimas.

 

Com esses dados, podemos concluir que a mídia não está preocupada em falar sobre Cultura do Estupro, uma vez que não é politicamente interessante fazer essa desconstrução em uma sociedade pautada no machismo e onde violência gera dinheiro.


Quase 100% dos lares brasileiros possuem um aparelho televisor, ou seja, a TV é o principal meio de comunicação de massa no país, portanto, é o maior veículo político do Brasil. Tudo isso atrai diversos interesses que juntos, fazem a sociedade caminhar para a alienação por interesse de poucos.

 

É muito importante que não deixemos de falar sobre Cultura do Estupro; que não deixemos que essa pauta esfrie, pois só assim conseguiremos denunciar cada vez mais os casos de assédio e estupro e caminhar para uma sociedade menos machista e que não visa lucro em cima de violência, competitividade feminina e muitos outros abusos, além do fato de passar pano para agressor.