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Considerações através dos olhos de quem viaja
Considerações através dos olhos de quem viaja

CONSIDERAÇÕES ATRAVÉS DOS OLHOS DE QUEM VIAJA CONSTANTEMENTE PARA OS EUA

 

Estive em Nova York, Los Angeles, Chicago e São Francisco em diferentes períodos. Vi, com meus próprios olhos, como uma cidade pode mudar completamente dependendo de quem segura o timão. Não é teoria, é experiência.

 

Lembro-me de Nova York nos tempos de Rudy Giuliani — uma metrópole que respirava ordem e confiança. O metrô era seguro, a Times Square brilhava sem medo, e o Central Park parecia de novo um cartão-postal, não uma roleta-russa noturna. Era o auge da política de tolerância zero: dura, impopular para alguns, mas eficaz para quase todos. Giuliani transformou o caos em vitrine.

 

Depois veio Michael Bloomberg (2002–2013), também republicano — embora mais centrista —, que manteve boa parte das políticas de segurança e deu continuidade à cidade eficiente e organizada que herdou. Para se ter uma ideia, nessa época fui assistir a Woody Allen no Carlyle e voltamos a pé, atravessando o Central Park por volta das onze da noite, em plena sensação de segurança. Nova York parecia ter encontrado um equilíbrio entre crescimento e civilidade.

 

Mas a decadência começou a se insinuar anos depois, sob Bill de Blasio (2014–2021), democrata. Voltei à cidade nesse período e encontrei um cenário diferente: o metrô virou abrigo, o comércio sentia o medo e o orgulho urbano deu lugar à sensação de abandono. A retórica da “inclusão” soava bonita nos palanques, mas bastava caminhar pela 42nd Street à noite para entender o preço do discurso. As ruas não mentem — e os números também não.

 

Em Los Angeles, a história se repete. Sob o republicano Richard Riordan, nos anos 1990, a cidade parecia em recuperação: Hollywood fervilhava, os investimentos cresciam, e o centro começava a se reerguer. Hoje, Los Angeles (em diversas área) é uma imensa cracolândia a céu aberto. Sim, estive na cidade duas semanas atrás. O contraste entre o glamour das colinas e o desespero das calçadas é quase cinematográfico — pena que o gênero seja tragédia urbana.

 

São Francisco, então, virou o retrato perfeito do fracasso progressista. A capital tecnológica do mundo, lar das maiores fortunas do planeta, se transformou num campo de refugiados de si mesma. Viciados, barracas, lixo — e um silêncio cúmplice das autoridades. A foto abaixo comprova o que digo. Não é falta de dinheiro. É falta de gestão.

 

Chicago segue a mesma partitura: violência crescente, escolas em colapso e uma população que, aos poucos, perde a esperança.

 

O curioso é que todas essas cidades foram, em algum momento, melhores sob gestões republicanas. Fato incômodo, mas inegável. Enquanto os democratas apenas falam em “empatia” e “justiça social”, as ruas mostram outra narrativa — a do medo e da decadência.

 

E se há algo que aprendi caminhando por essas cidades é que o declínio urbano tem sim um partido político. Ele costuma, ironicamente, ser o favorito de artistas que jamais pegam metrô ou circulam sem segurança armada.

 

As luzes da Broadway e o letreiro de Hollywood ainda brilham, mas é só o reflexo de um palco que desaba lentamente.

 

A Toca do Lobo   Compartilhado do Facebook

06/11/2025