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INSS: Fundo do poço
INSS: Fundo do poço

 

INSS: FUNDO DO POÇO

Cada centavo desviado precisa voltar para o bolso de quem foi roubado e eu proponho um caminho: que os valores saiam do fundo partidário

 

Tem que devolver o dinheiro, claro. Cada centavo desviado do INSS precisa voltar para o bolso de quem foi roubado. Mas aí vem a pergunta incômoda: de onde vai sair essa bolada? Dos cofres públicos, como sempre. O problema é que os cofres públicos não são mágicos. São abastecidos pelos mesmos que foram roubados.

 

Alguns ainda acreditam que é possível recuperar o dinheiro que foi desviado. Bonito no discurso. Ingênuo na prática. Esse dinheiro evaporou. Foi gasto, desviado, escondido em paraísos fiscais ou transformado em patrimônio de difícil rastreamento. Mesmo que parte dele seja localizada, dar liquidez e redistribuir isso para quem foi lesado é missão quase impossível. Esperar que o ressarcimento venha daí é como achar que a culpa vai voltar de Uber para se apresentar à Justiça.

 

Então, proponho um caminho mais justo — e até mais educativo. Já que é para usar dinheiro público, que saia do fundo partidário e do fundo eleitoral. Sim, aqueles mesmos fundos bilionários que financiam jingles, santinhos e campanhas nem sempre preocupadas com o bem comum. Afinal, quem forma os governos? Os partidos. Quem indica os ministros? Os partidos. Não dá pra generalizar, mas na maioria das vezes são eles que preenchem as cadeiras do poder — frequentemente com indicados que não mereciam nem um banquinho na sala de espera. Então, quem pariu o ministro, que o embale.

 

Se os partidos passarem a arcar com os prejuízos causados por suas indicações, talvez levem a sério o que hoje tratam como loteamento. E de quebra, talvez voltem a ser partidos de verdade, com ideias, projetos e responsabilidade — e não apenas clubes eleitorais à espera do próximo repasse.

 

E por favor: chega desse tratamento “fofinho” com as vítimas. Essa história "coitadinhos" é desnecessária. Essas pessoas foram enganadas. Roubadas. Não precisam de pena. Precisam de respeito — e de justiça.

 

E justiça, nesse caso, seria simples: que os partidos paguem a conta.  O que indicou o ministro e o do presidente que aceitou a indicação. Aposto que os governos seriam bem mais sérios.

 

Fonte: Zero Hora/Tulio Milman em 07/05/2025